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Governança colaborativa e transparĂȘncia ativa no Terceiro Setor

  • Foto do escritor: Fernanda Soares
    Fernanda Soares
  • 23 de out. de 2024
  • 3 min de leitura

O 19Âș Encontro Nacional do Terceiro Setor (ENATS), realizado no mĂȘs de setembro em Belo Horizonte, trouxe Ă  tona discussĂ”es relevantes para o fortalecimento da governança e da atuação das OrganizaçÔes da Sociedade Civil (OSCs) na promoção dos direitos fundamentais, bem como na implementação de polĂ­ticas pĂșblicas. 



Esquerda para a direita: José Marinho Paulo Junior, Francine Póvoa, Mauro Flåvio Ferreira Brandão e José Eduardo Sabo Paes


O evento reuniu especialistas, lĂ­deres de organizaçÔes e representantes do poder pĂșblico para compartilhar experiĂȘncias, desafios e soluçÔes inovadoras voltadas Ă  construção de uma sociedade mais justa e equitativa.


Durante o evento, a governança foi um dos temas centrais, com foco no papel das organizaçÔes do Terceiro Setor como complementares e subsidiĂĄrias ao Estado na efetivação de direitos essenciais como saĂșde, educação e assistĂȘncia social, como ocorreu no painel “Governança e Responsabilidade Social Fundacional: abordagem de trabalho em rede”



A mediadora Francine Póvoa, professora da Fundação Dom Cabral, iniciou a discussão do painel com a frase proferida, em 2020, numa campanha do Fórum EconÎmico Mundial, conclamando o Primeiro, Segundo e Terceiro Setores para uma atuação colaborativa:


“O mundo mudou. Nossos desafios se tornaram maiores, nossas fragilidades foram expostas, nossos sistemas precisam de um recomeço e cada um de nós tem um importante papel a desempenhar”.

A partir disso, contextualizou a importùncia do Terceiro Setor e do trabalho em rede para a solução dos desafios sociais e econÎmicos da sociedade, assim como a necessidade de elevar a governança das instituiçÔes. 


Em sua apresentação, Mauro FlĂĄvio Ferreira BrandĂŁo, procurador de Justiça e Corregedor-Geral Adjunto do MinistĂ©rio PĂșblico de Minas Gerais (MPMG), abordou sobre a governança interinstitucional, ressaltando a importĂąncia de parcerias entre o setor pĂșblico e as OSCs. Trouxe como exemplos o MinistĂ©rio PĂșblico Itinerante, projeto que visa levar o acesso Ă  justiça e conhecimento dos direitos bĂĄsicos Ă s populaçÔes dos municĂ­pios com menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs) de Minas Gerais, e o Semente, plataforma virtual de seleção de projetos socioambientais, realizados pelo MPMG por meio de parcerias. 


Iniciativas como essas, segundo BrandĂŁo, fortalecem a governança pĂșblica, a gestĂŁo de riscos e a Ă©tica nas instituiçÔes, promovendo maior integração e impacto social.


“Mais do que governança interinstitucional, esse tipo de governança Ă© intersetorial”, afirmou. 

O painelista JosĂ© Eduardo Sabo Paes, procurador de Justiça do MinistĂ©rio PĂșblico do Distrito Federal e dos TerritĂłrios (MPDFT), destacou a necessidade de um modelo de governança eficiente, que se baseie em transparĂȘncia, sustentabilidade, inovação e compliance. Segundo ele, a governança deve alinhar os interesses das organizaçÔes com as demandas sociais, promovendo responsabilidade e prestação de contas. 


“Governança tambĂ©m nĂŁo existe sozinha. Na governança vocĂȘ tem que andar com todos os atores. E nĂŁo sĂł atores estanques como a OAB, MinistĂ©rio PĂșblico e Poder JudiciĂĄrio. [...] A Governança Colaborativa Ă© isso, sĂŁo diversos atores e Ă© fundamental termos transparĂȘncia. TransparĂȘncia significa tambĂ©m prestarmos contas.”, esclareceu. 

Em sua apresentação, JosĂ© Marinho Paulo Junior, promotor de Justiça do MinistĂ©rio PĂșblico do Rio de Janeiro (MPRJ), abordou sobre responsabilidade social governamental, corporativa e no Terceiro Setor, desafios do Direito Fundacional e diĂĄlogos multifundacionais, trazendo experiĂȘncias do Rio de Janeiro e de Alagoas. 


Segundo ele, quando as fundaçÔes privadas atuam em rede hå vårios ganhos.


“Quando Ă© criado um canal de diĂĄlogo interfundacional, ele em si jĂĄ Ă© um ganho”, disse.

Nesse sentido, ele citou ainda como ganhos a concorrĂȘncia humanizada, o compartilhamento de expertise e de oportunidades e atuação em conjunto nos pontos convergentes. 


ENATS 2024: Francine PĂłvoa e Mauro FlĂĄvio Ferreira BrandĂŁo

O evento tambĂ©m trouxe Ă  luz as tendĂȘncias para o futuro da governança no Terceiro Setor, incluindo a colaboração entre diferentes atores, a crescente demanda por transparĂȘncia e o uso de tecnologias inovadoras para otimizar processos e demonstrar o impacto social das açÔes desenvolvidas. 




Resumo


O ENATS 2024 reafirmou o papel fundamental das organizaçÔes da sociedade civil na promoção dos direitos fundamentais e no desenvolvimento de uma governança mais eficiente e transparente. A integração entre os diversos setores — pĂșblico, privado e sociedade civil — foi destacada como essencial para a sustentabilidade e inovação nas açÔes do Terceiro Setor. As discussĂ”es durante o evento ressaltaram a necessidade de continuar investindo em prĂĄticas de governança colaborativa, transparĂȘncia ativa e o uso de tecnologias que aprimorem a eficĂĄcia das polĂ­ticas pĂșblicas e projetos sociais.


Esse encontro fortaleceu a importùncia do compartilhamento de conhecimentos e da construção de redes de colaboração, criando oportunidades para que o Terceiro Setor se capacite e se adapte às novas demandas e desafios do cenårio socioeconÎmico e ambiental no Brasil.


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